sábado, 28 de março de 2009
TEXTO DA JU LOUREIRO - *Ninguém é dono da sua felicidade...

quinta-feira, 26 de março de 2009
FEMININA
Desde que me lembro acordo e durmo mulher. Não vivi um momento sequer sem ser mulher, mesmo quando em menina era um projeto feminino em volta às bonecas.Filha, irmã e neta mais velha. Namorada, mulher, amante e amiga. Sou realizada e se Deus quiser serei mãe,avó,bisavó derramada. Meu riso e meu choro são de mulher. Meu olhar e minha fala, também. A escrita, então, nem falo. Sou mulherzinha e por vezes mulherão. Percorro a vida com suavidade e às vezes me surpreendo com força com a qual venço desafios. Nunca invejei os homens; os admiro. Nunca me senti inferior; somos diferentes, mas com a mesma importância na condição humana. O feminino em mim acolhe o masculino em um comovente encontro que merece celebração. Sofro nos desencontros.A minha caminhada é mais suave do que a de muitas mulheres e tento ser solidária com as que calejam mais para sobreviver. Confesso que não sei cozinhar, lavar ou passar, mas tenho outras prendas bem femininas: sei perdoar, ouvir, abraçar e ninar.Não precisei queimar sutiãs , nem mesmo lutar por direitos, mas ainda me restam sequelas da discriminação. Grito e sussuro. Nunca calo. Não abro mão de viver plenamente como mulher todos os dias da minha vida e agradeço àquelas que abriram espaço para que eu possa assim me expressar.
AMPARO

Além de tirar os véus que me cobrem. Rasgo os véus que me impedem de ver o outro como ele realmente é. E nessa dança giro como uma odalisca tonta e perco, algumas vezes, a razão.Confundo-me, especulo motivos, brigo com a realidade e tento fugir da confusão. Vejo filmes que me fazem rir e quando me sinto mais forte assisto aos que me fazem chorar. Quando venço a apatia, deixo-me contaminar pela alegria da festa e isso é bom. Às vezes faço até um certo esforço para comparecer, mas quando lá chego sinto-me feliz. Em algumas ocasiôes eu me esbaldo: canto, danço e dou risadas.O sono também me alimenta corpo e alma, contudo, nem sempre me faz acordar sorrindo. Hoje acordei com o choro preso na garganta e não queria aborrecer àqueles que vêm me ajudando a suportar as últimas dores.Peguei o telefone pensando em ligar para um amigo que poderia auxilia-me no obstáculo concreto que preciso resolver, porém mudei a intenção em um átimo e disquei para um amigo antigo, que se prontificou a fazer o possível por mim.E não é que ele já fez? Não solucionou o assunto que me aflige, mas com uma palavra liberou meu pranto e a dor não identificável que me fazia sofrer nessa manhã.Ele de quem retirei os véus no passado e que sempre me viu sem véus, mostrou-se amigo mais uma vez, fazendo com que eu me olhasse com mais amor, lembrando a mim mesma a mulher que ele conheceu e de quem andei esquecendo na confusão dos últimos tempos.Nos despedimos com ternura e continuaremos amigos, se Deus quiser, pois nos perdoamos há muito tempo. Desejo a ele a mesma felicidade que quero para mim.
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